Falo de pessoas que conheci, com quem troquei breves palavras ou conversas mais demoradas. Falo de pessoas reais, com vidas e sentimentos reais, vivendo uma realidade dura, difícil, muitas vezes, tocando vários limites, como o da sobrevivência mais absoluta ou o da luta contra a SIDA ou outras doenças que, em muitos casos, não deixam qualquer margem à esperança. Nenhum nome é real, não era necessário que o fosse, ou não existem ou são fictícios.
São encontros no sentido de Lévinas – o face a face com o outro – alguém que me convocou a caminhar na sua direcção e de quem me aproximei com total abertura e disponibilidade. Um encontro sem perguntas prévias, sem roteiro definido, sem objectivos para alcançar, esperando que cada um me falasse do que entendesse.
Com ou sem palavras, sabia que todos teriam algo a dizer. Sabia que aconteceria comunicação, sem necessidade de entrar na sua alma, sem necessidade de lhes perscrutar o íntimo.
Estava ali, ocupando o segundo plano, deixando-me conduzir, interrogar…, procurando responder aos apelos que cada uma me quisesse dirigir. Quis que cada encontro fosse uma revelação, tornado presente no rosto de quem tenho em frente. O que diz o rosto vem de um não lugar, de uma transcendência, de que só ele sabe e de que só ele pode falar.
Estou seguindo ...
ResponderEliminar